O SER HUMANO TORNA-SE VIVO, OU MELHOR, CONFIRMA QUE TEM VIDA, A SI E AOS OUTROS, ATRAVÉS DE SUAS EMOÇÕES, QUANDO DEIXA QUE ELAS EXPLODAM DENTRO DELE, SEM REPRESSÕES PRECONCEITUOSAS, TORNANDO-AS PÚBLICAS E PASSÍVEIS DE CRÍTICAS. ISTO É VIDA, SÃO COISAS QUE MEXEM, QUE MOTIVAM!

               MAS, O HOMEM ATUAL, A CADA DIA QUE PASSA, ESTÁ SE DEIXANDO TOMAR PELA AGONIA DA PRESSA, QUE SUFOCA, QUE CASTRA SUAS EXPRESSÕES OU AS DEIXA PELA METADE.

               SUAS EXPRESSÕES DE ALEGRIA E TRISTEZA ESTÃO CADA VEZ MAIS PÁLIDAS.

               TALVEZ OS HOMENS TENHAM ESQUECIDO O QUE SEJA ALEGRIA, TRISTEZA.

     SEGUNDO O DICIONÁRIO, O PRIMEIRO É JÚBILO, CONTENTAMENTO, E O SEGUNDO É A FALTA DO PRIMEIRO. SÓ ISTO? EU VOU MAIS ALÉM. EU DIGO QUE ALEGRIA É SENTIR-SE TERRIVELMENTE LIVRE. LIVRE DOS OUTROS, DE SI MESMO, DAS COISAS QUE ESTÃO PRÓXIMAS.

               E TRISTEZA É ESTAR PRESO, PRESO ÀQUILO QUE A PROVOCOU E A OUTRAS COISAS QUE SE AGIGANTAM EM SIGNIFICADO, COMO CONSEQUÊNCIA DO ESTADO DE ESPÍRITO EM QUE SE ENCONTRA O SER.

               A ALEGRIA JORRA, FLUI, TRANSBORDA, CHEGA AOS OUTROS.

               A TRISTEZA É AMARGA, PARA DENTRO, É PROFUNDA.

               ELA LEVA O HOMEM A SI, MOSTRA-O A SI MESMO, EM TODA A SUA NUDEZ.

               A ALEGRIA É BARULHENTA, SOLIDÁRIA, FESTIVA, CHEIA DE VIÇO.

               A TRISTEZA É MUDA, É SOLITÁRIA. FAZ O SER SE SENTIR SÓ ATÉ DA SUA PRÓPRIA COMPANHIA.

               AO MESMO TEMPO QUE O SER SE SENTE TERRIVELMENTE LIVRE DAS COISAS, A SUA SENSIBILIDADE AGUÇADA AS PERCEBE COM MAIS INTENSIDADE. E O FAZ PENETRAR NAS COISAS PERCEBIDAS OU DEIXAR-SE PENETRAR POR ELAS, ATRAVÉS DOS OUVIDOS, DA BOCA, DOS OLHOS, DO SEXO, TOMANDO-LHE O CORPO INTEIRO E METAMORFOSEANDO O REAL. A ALEGRIA PODE LEVAR À FANTASIA.

               SE FOSSE CONTINUAR, NÃO CREIO QUE TÃO CEDO PUDESSE ESGOTAR A RIQUEZA DESSAS EXPRESSÕES DE EMOÇÃO DO SER HUMANO.

               DISSONANTES ENTRE SI, MESMO ASSIM, ELAS SE COMPLEMENTAM DENTRO DO HOMEM, FAZENDO-O OSCILAR DO PONTO MAIS ALTO AO PONTO MAIS BAIXO, FAZENDO-O SENTIR-SE VIVO, GENTE, HUMANO.

         Porto Alegre- RS, em 26 de julho de 2008.