Penso em distribuir meu tempo entre tudo o que é belo;
Penso construir a vida com amor, não com o desvelo
E que outra não leia o que escrevo, se não você, que eu
Curto, quero e desejo que esteja sempre ao lado meu.

Seduz-me teu intrigante olhar, quando vejo lá dentro
Dos olhos teus, que a sonhar, contam teu amor sedento.
Choro a distância ingrata e vil, que me faz recordar:
Tudo de um sonho não passa e acaba quando acordar.

Deixo que a brisa e o vento avolumem tua grata imagem
E peço ao pensamento: traga essa ventura tão selvagem,
Para que não corra contra o tempo para lhe amar,

Mas corro para o nosso quarto, feliz a lhe esperar.
Invejo o pensamento que lhe encontra, sem deslizes,
Nessa lembrança e na cor-do-amor e seus matizes.

Olinda- PE, em 19 de abril de 1977.